Andifes informa que 80% das universidades federais aderiram ao ensino remoto de emergência

Postado por: Paulo Vinicius Furlan

Na tarde desta quinta-feira (20), a diretoria da Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) reuniu jornalistas na coletiva de imprensa que tinha como pauta “Universidades Federais aprovam resoluções para retorno de atividades de ensino por meio remoto”.

No evento, a diretoria da Andifes divulgou que cerca de 80% das Universidades Federais aderiram ao ensino remoto de emergência. De acordo com a 2ª vice-presidente, reitora Joana Angélica Guimarães (UFSB), da Andifes, a previsão é de que até meados de setembro/2020 100% das universidades tenham aderido à modalidade de ensino remoto.

Sobre a eficiência do ensino remoto, o presidente da Andifes, Edward Madureira Brasil (UFG), explicou que caberá a cada universidade a responsabilidade de realizar avaliações, com instrumentos apropriados de levantamentos em relação à qualidade e o aprendizado que toda essa experiência de atividade remota trará para as universidades.

Tratando do cenário nacional, o presidente da Andifes, o professor Edward Madureira Brasil, destacou que assim como aconteceu com diferentes setores do País, a pandemia forçou dirigentes das instituições a tomar decisões praticamente a todo momento. E, conforme complementou, em diferentes aspectos do universo acadêmico. “E isso é claro que trouxe para todos nós, muitas dificuldades para garantir algumas questões vitais no dia a dia das universidades”, detalha o professor antes de pontuar algumas ações adotadas pelas universidades.

O que em meados de março, a suspensão das aulas presenciais, parecia ser algo temporário foi aos poucos se tornando, neste período de incertezas em que vacinas estão sendo testadas e novas descobertas são feitas relacionadas ao coronavírus, uma resposta dinâmica para o enfrentamento da doença.

Dinamismo & Compromisso – Ainda em relação ao cenário nacional, o presidente da Andifes Edward Madureira Brasil mencionou que, as Universidade Federais se apresentaram desde o primeiro momento para o enfrentamento da pandemia da Covid-19. “Em nenhum momento paralisaram as suas atividades. Ao contrário, as universidades se apresentaram desde o primeiro momento para o enfrentamento da pandemia com tudo aquilo que as universidades têm de melhor. Que são as pessoas que fazem parte da universidade, com o conhecimento, com os laboratórios, com a estrutura e principalmente com a solidariedade e o compromisso público que marcam as universidade”, afirmou Edward Madureira Brasil.

O que segundo ele, demonstra o compromisso com a vida, já que as universidades se reorganizaram para reestabelecer todas as rotinas administrativas principais e essenciais para a sociedade. “E isso exigiu um esforço muito grande, mas, paralelamente a isso surgiu uma quantidade enorme de ações para o enfrentamento da pandemia. E as universidades contribuíram com a tomada de decisões relacionadas ao tratamento, testagem de vacinas, desenvolvimento de conhecimento sobre o vírus, desenvolvimento de equipamentos, tudo isso fez com que as Universidades brasileiras conduzissem milhares de ações tanto no que diz respeito à pesquisa quanto a assistências, um dos maiores aliados da sociedade brasileira foram as universidades públicas”, explicou.

Segundo a mediadora da coletiva e vice-presidente do Colégio de Gestores de Comunicação (Cogecom) da Andifes, Rose Mara Pinheiro, que também é diretora da Agecom, na UFMS, “a coletiva de imprensa para anunciar a adesão de quase 80% das universidades federais ao ensino remoto de emergência vem no sentido de fortalecer o papel das instituições federais de ensino superior nesse momento de pandemia. Fiz a mediação do bate-papo com os jornalistas de todo o Brasil e a diretoria da Andifes para esclarecer que o ensino remoto é o único caminho possível. E que é importante assegurar tanto a saúde quanto a educação para toda a comunidade universitária”, ressalta. O Cogecom é um colégio da Andifes que reúne todos os gestores de comunicação e tem realizado um importante papel para mostrar a contribuição das universidades à sociedade. “Tudo isso vem ao encontro desse fortalecimento da comunicação e da articulação entre ensino, pesquisa e extensão mostrando à sociedade a importância das universidades públicas federais”, finaliza a vice-presidente.

Na UFMS – A Universidade tem adotado medidas e planos de biossegurança, incentivando a pesquisa acadêmica, nas diferentes áreas do conhecimento, por meio de editais. Além disso, a Portaria nº 387, de 12 de março de 2020, constituiu o Comitê Operativo de Emergência da Fundação Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (COE/UFMS) com o objetivo de gerenciar questões inerentes a assuntos sensíveis na área da saúde, de repercussão nacional. As informações sobre esta ação podem ser conferidas no site: ufms.br/coronavirus/

Além disso, a UFMS antecipou colações de grau dos alunos do curso de medicina. Entre elas, a formatura da primeira turma de Medicina do Campus de Três Lagoas realizada em maio, e a da  turma de Medicina 2020 da Cidade Universitária, que ocorreu em julho. As duas formaturas foram realizadas conforme estabelecido pelo Ministério da Educação, para acadêmicos dos cursos da área da saúde dentro dos parâmetros de prevenção e segurança à Covid-19. Com as colações, a Universidade formou 80 novos médicos aptos a atuarem no mercado de trabalho.

Retorno às atividades acadêmicas – Durante a coletiva, o presidente da Andifes mencionou que a retomada das atividades acadêmicas, em modo remoto, foram acontecendo aos poucos em projetos de extensão e pesquisa, nos cursos de pós-graduação, que não pararam tanto as aulas que passaram a ser remotas, quanto as defesas de teses e qualificações das universidades. E o mesmo se deu, de forma gradativa, com as atividades na graduação, primeiro as atividades complementares, estágios, atividades ligadas a cursos na área de saúde.

Mas com o cenário se desenhando de uma forma não factível o retorno das atividades acadêmicas de forma plena no ano de 2020 começou-se então, em maio, a se discutir o ensino remoto. “Na certeza inequívoca de que as atividades precisam acontecer, as Universidades mesmo sabendo das dificuldades do retorno remoto, em cursos concebidos para serem presenciais, começaram a se organizar e a definir de que forma esse retorno seria possível”, completa o presidente da Andifes, Edward Madureira Brasil.

As Universidades então se ocuparam de realizar diagnósticos relacionados à realidade socioeconômica dos acadêmicos. “Foram feitos diversos levantamentos junto aos estudantes, e constatou-se rapidamente que muitos deles teriam ou tem dificuldade de retorno de forma remota, seja por indisponibilidade econômica, localização geográfica e falta de acesso à rede ou questões de acessibilidade (alunos deficientes)”, frisou o presidente da organização.

O diagnóstico apontou ainda a necessidade de preparar o corpo docente para atuação em atividades a distância. “E foi necessário também um diagnóstico na nossa estrutura de TI que precisa suportar uma demanda maior do que o estabelecido para atividades remotas. Os conteúdos passiveis de ser ofertados nessa modalidade também foram analisados”, detalha Edward Brasil.

O professor da UFMS e Coordenador do Colégio de Gestores de Tecnologia da Informação e Comunicação das Instituições Federais de Ensino Superior (CGTIC), Luciano Gonda, explica que em maio o CGTIC fez um levantamento com as universidades e, desde então, houve muita colaboração entre as IFES para disponibilização de ferramentas para web conferência, em especial. “Cada IFE adotou a solução mais adequada no momento e houve também apoio da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP)”.

Na UFMS – A UFMS tem investido na área de TIC desde 2016 para oferecer cada vez mais serviços digitais. “Para webconferência já utilizávamos o conferência web da RNP. Em 2019, a UFMS fez acordo com a Google para aderir ao programa Gsuite for Education, permitindo que servidores e alunos tivessem acesso a ferramentas como Gmail, Google Drive ilimitado e Google Meet. Adicionalmente, estamos fechando parceria com a Microsoft para acesos à plataforma Microsoft Teams. A Secretaria de Educação a Distância (Sead) também já mantinha o AVA em virtude dos cursos de EaD, que foi integrado ao SISCAD e ao SIGPOS para criação de turmas automaticamente. Por fim, a Sead desde disponibilizou diversas capacitações para os professores e alunos em ferramentas digitais”, comenta Luciano Gonda.

Com o diagnóstico em mãos, as Universidades apresentaram os resultados para dialogar com os Colegiados até se configurar no movimento de retomada das atividades de forma remota. Ancorada em três princípios básicos que são fundamentais:

  • Segurança, da comunidade, é impossível voltar presencialmente sem garantir a segurança, então, por isso, a opção pela forma remota;
  • Isonomia, que todos os alunos tenham condições de acesso a essas atividades, “sabemos das dificuldades e tão logo essas atividades começaram nós já percebemos onde temos esses desregulamentos e estamos atentos a eles para que ninguém fique para trás”, menciona o presidente da Entidade.
  • Qualidade – que é a marca das universidade públicas.

Na UFMS – No que diz respeito à isonomia, a Universidade tem em andamento diversos editais de auxílios emergenciais:

Auxílio Emergencial – Mais de 971 acadêmicos da Cidade Universitária e dos câmpus de Corumbá e Três Lagoas estão sendo beneficiados desde o mês de março, pelos editais de auxílio alimentação em caráter emergencial. O auxílio contribui para que os estudantes que faziam suas refeições nos três Restaurantes Universitários não fiquem desassistidos durante o período de isolamento social e suspensão das atividades presenciais.

As inscrições podem ser feitas até o dia 30 de novembro no site seleção.ufms.br. Para se inscrever é necessário que o estudante possua renda de até um salário mínimo e meio nacional vigente e faça uso regular de um dos três restaurantes da Universidade. É requisito exclusivo deste edital que o estudante esteja cumprindo os estudos dirigidos por meio de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) no município do campus em que está matriculado.

Auxílio de Inclusão Digital – Lançada em abril, a iniciativa de beneficiar estudantes com uma quantia para contratação de pacote de dados que possibilitasse a participação sem prejuízo nos estudos dirigidos por meio de Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) foi inédita. Todos os estudantes de graduação da Universidade em situação de vulnerabilidade socioeconômica e que estão enfrentando dificuldades para acessar a Internet podem se inscrever até 30 de novembro por meio do site: selecao.ufms.br

Os editais destes e de outros auxílios disponibilizados para a comunidade acadêmica estão disponíveis no site da Proaes.

Participaram da coletiva o presidente da Andifes, Edward Madureira Brasil (UFG), o 1º vice-presidente da entidade, Reitor Marcus Vinicius David (UFJF), o Suplente Reitor Luís Eduardo Bovolato (UFT), a 2ª Vice-presidente, Reitora Joana Angélica Guimarães (UFSB), e o Suplente, Reitor Paulo Afonso Burmann (UFSM) e a mediação foi feita pela vice-presidente do Colégio de Gestores de Comunicação da Entidade e diretora da Agência de Comunicação Social e Científica da UFMS, professora Rose Mara Pinheiro.

Texto e imagens: Tahiane Panziera